Acre entra em nível de alerta para SRAG com aumento de 38% entre crianças; rinovírus é o principal causador, aponta Fiocruz – Acre Agora-radardasaude

O Acre está entre os seis estados brasileiros em nível de alerta para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo a nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada nesta quinta-feira (30). O estado apresentou alta de 38% nas hospitalizações por SRAG em crianças e adolescentes nas últimas seis semanas, impulsionada principalmente pelo rinovírus, responsável por grande parte dos casos recentes no Norte do país.
De acordo com o levantamento, referente à Semana Epidemiológica 43 (19 de agosto a 25 de outubro), o Acre figura ao lado de Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Tocantins entre as unidades federativas com tendência de crescimento sustentado da doença. Em todo o país, já foram notificados 200.652 casos de SRAG em 2025, sendo 52,7% com resultado positivo para algum vírus respiratório.
A pesquisadora Tatiana Portella, da Fiocruz, explica que “o rinovírus tem impulsionado o aumento dos casos de SRAG em crianças no Acre, e o cenário exige atenção das autoridades locais para evitar sobrecarga nos serviços de pediatria e pronto atendimento”. Ela ressalta que o metapneumovírus e o adenovírus também estão entre os agentes em circulação, embora com menor impacto na região amazônica.
Em todo o país, os casos graves por influenza A seguem em alta em São Paulo e começam a avançar sobre Rio de Janeiro e Espírito Santo, enquanto Covid-19 mantém tendência de aumento em estados do Sul, mas ainda com nível baixo de incidência. No Acre, não há sinal de aumento expressivo por influenza A, mas os casos de SRAG por rinovírus seguem em crescimento contínuo desde setembro.
Entre os óbitos registrados no Brasil em 2025, 49,7% foram causados por influenza A, 14,3% por rinovírus e 23,3% por Covid-19. A Fiocruz alerta que, diante do avanço simultâneo de vírus respiratórios, é fundamental manter a vacinação em dia e reforçar medidas preventivas — especialmente entre idosos, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos.

“Em regiões com alta de SRAG, como o Acre, recomendamos o uso de máscara em locais fechados e de grande circulação, além da atualização das vacinas contra influenza e Covid-19”, reforça Portella.

O InfoGripe, que integra o Sistema Único de Saúde (SUS), é o principal instrumento de monitoramento de síndromes respiratórias no país e serve de base para as ações emergenciais de vigilância e resposta nos estados.