O deputado federal e tesoureiro do Progressistas Ricardo Barros (PR) disse a VEJA estar sendo alvo de “puro ativismo” por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), cuja equipe técnica recomendou aos ministros que decretem a inabilitação do parlamentar para ocupar cargos em comissão e funções de confiança em toda a administração pública federal por um período de até oito anos. O caso deve ser analisado pela Corte de Contas nas próximas semanas.
Ex-ministro da Saúde no governo do presidente Michel Temer, Barros teria tomado as rédeas para implantar em sua base eleitoral uma fábrica de hemoderivados, medicamentos feitos à base de plasma humano para o tratamento de doenças como a hemofilia, e, segundo o TCU, sem justificativa plausível, suspendido uma parceria entre a estatal Hemobrás e laboratórios privados para a produção dos insumos.
Reportagem de VEJA que chega neste fim de semana às bancas e plataformas digitais mostra que, na avaliação da equipe técnica do TCU, Barros teria articulado diretamente para romper uma parceria entre a Hemobrás, criada no primeiro mandato do governo Lula para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos à base de plasma, e atuado de forma antieconômica ao suspender a parceria entre a companhia, que àquela altura trabalhava na construção de uma fábrica própria em Pernambuco, e os fabricantes particulares de hemoderivados.
Para o TCU, a pasta sob a batuta do parlamentar teria desconsiderado potenciais prejuízos financeiros com o rompimento da associação entre a estatal e os laboratórios privados, e Barros especificamente teria sido omisso, entre outros episódios, ao supostamente ignorar uma oferta de investimentos de até 30 milhões de dólares do laboratório parceiro da Hemobrás no parque fabril que estava sendo construído para a produção nacional de hemoderivados.
Os técnicos avaliaram que a estratégia do então ministro da Saúde era retirar a futura fábrica do Nordeste e fechar uma parceria com o Tecpar, estatal do governo do Paraná, para que os insumos fossem produzidos em Maringá, base política dele. Na avaliação do corpo técnico da Corte de Contas, o episódio é sintomático da “grave omissão do gestor da pasta, o qual, em verdade, deixou de adotar medidas para resgatar a chance de sucesso da [parceria] (…) tendo concorrido para o agravamento dos problemas enfrentados pela Hemobrás”.
Em nota a VEJA, Ricardo Barros disse que “não existe qualquer conflito entre as tecnologias analisadas durante sua gestão” e afirmou que a proposta do Tecpar envolvia a oferta de outro tipo de medicamento, de origem humana, com “tecnologia distinta e complementar”, e não o mesmo fabricado na parceria entre a Hemobrás e laboratórios privados. “A assinatura do termo de cooperação tecnológica envolvendo o Tecpar contou com a presença do presidente Michel Temer na Hemobrás, reforçando a legitimidade institucional das tratativas”, justifica o deputado.
Segundo Barros, durante sua gestão, o Ministério da Saúde transferiu mais de 200 milhões de reais à Hemobrás e foi viabilizado um investimento privado de 250 milhões de dólares para a construção da fábrica de hemoderivados. “O ex-ministro afirma que não há fundamento técnico nas sugestões apresentadas pela unidade técnica do TCU. É puro ativismo”, conclui.
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