

A desinformação e ausência de políticas públicas específicas atingem milhões de mulheres brasileiras que estão nas fases de transição à menopausa ou pós-menopausa. O alerta divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) aponta que a negligência marca essa população em específico, impondo perda de qualidade de vida e riscos à saúde.
De acordo com a Fiocruz, aos 48 anos, em média, o corpo da mulher inicia uma transformação que impacta na saúde física, mental e social: a transição à menopausa. Ainda assim, esta fase ainda é cercada de desinformação, tabus e lacunas nos cuidados. Dados da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), indicam que cerca de 17 milhões de mulheres no Brasil estão na transição à menopausa (40-65 anos), e outras 9,2 milhões já estão na pós-menopausa (50-65 anos). A idade média de entrada na menopausa natural ocorre por volta dos 48 anos, mas os sinais de transição aparecem dois anos antes.
É no período da transição para a menopausa que o corpo da mulher suporta a redução gradual da função ovariana, fase que exige atenção especial à saúde feminina. Em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa da Fiocruz, a endocrinologista Lizanka Marinheiro, explica que “o acesso a informações confiáveis permite que as mulheres compreendam as mudanças em seus corpos e busquem apoio necessário, prevenindo impactos negativos na saúde física e mental”.
Menopausa requer atendimento médico constante
Ainda de acordo com a profissional, “o acompanhamento médico é fundamental para aliviar sintomas e prevenir complicações”. A médica, contudo, pontua que é um desafio garantir que o cuidado seja integral e acessível a todas, o que reforça a necessidade de expansão da qualificação profissional para atender às complexidades desta fase.
O período de transição para a menopausa e a pós-menopausa são acompanhados de alterações significativas, que vão desde sintomas físicos até impactos psicológicos e sociais. Lizanka Marinheiro enumera entre os sintomas mais comuns as ondas de calor e suor noturno, acompanhadas de palpitações e mal-estar; alterações no ciclo menstrual, culminando na cessação definitiva da menstruação; ressecamento vaginal, dor durante a relação sexual e incontinência urinária; dificuldade para dormir/insônia; alterações de humor, depressão e ansiedade.
Mesmo com a redução da função ovariana, a mulher na pré-menopausa corre risco de gravidez. Tendo a vida sexual ativa, não deixa de estar suscetível a infecções sexualmente transmissíveis, incluindo HIV, devido ao afinamento da parede vaginal, que aumenta o risco de lesões e rupturas.
Pré-menopausa e menopausa chegam com sintomas físicos e implicações sociais
Acompanhados dos sintomas físicos, os efeitos da menopausa também têm impactos sociais. Conforme o estudo Menopause Experience & Attitudes, 79% das mulheres brasileiras relatam sentimentos negativos, entre eles: ansiedade, depressão, vergonha e constrangimento durante esta fase. A maioria delas, 65% acreditam que a menopausa ainda é um tabu na sociedade. Lizanka Marinheiro alerta que: “é fundamental entender a menopausa como um ponto no contínuo da vida, em que o cuidado integral, incluindo suporte emocional e social, promove envelhecimento saudável e qualidade de vida”.
Apesar das implicações, apenas 52% das mulheres buscam algum tipo de tratamento. Hoje, a terapia de reposição hormonal continua como principal recomendação para sintomas mais severos, mas chega a somente 22% das pessoas que procuram tratamento. Há, contudo, novidades no campo do cuidado com a menopausa, como: estradiol transdérmico (Lenzetto): absorção eficiente e custo acessível; estetrol: hormônio estrogênico com perfil de ação potencialmente mais seguro; fenzolinetant: antagonista do receptor de neuroquinina-3 (NK3) para ondas de calor; antidepressivos e terapias comportamentais: ajudam a controlar sintomas de depressão e insônia; hormônios bioidênticos e fitoterápicos: combinam personalização e abordagens naturais.
As opções de tratamento, porém, não estão disponíveis em larga escala pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como enfatiza a Fiocruz. “O Ministério da Saúde (MS) avalia continuamente novas terapias e medicamentos, considerando evidências científicas, segurança e custo-benefício, de modo a ampliar gradualmente as opções de tratamento para todas as mulheres. É importante lembrar que a disponibilidade dessas novidades no Sistema Único de Saúde (SUS) depende de processos regulatórios e de incorporação de tecnologias, que podem levar tempo”.
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