Como yoga e meditação auxiliam Yago Dora na caça ao título da WSL – radardasaude

Joabe Antonio de Oliveira

27/08/2025

Astro do melhor basquete do planeta, a NBA, LeBron James costuma lançar pó de giz ao ar antes de cada partida para “abrir” caminho para a vitórias. Dono de 22 de títulos de Grand Slams, Rafael Nadal não abria mão de uma ducha fria 45 minutos antes da tensão em quadra. Campeão da Copa do Mundo de 1998 com a França contra o Brasil, o ex-zagueiro Laurent Blanc se recusava a entrar em campo sem antes beijar a careca do goleiro Fabien Barthez. O esporte é cheio de “rituais”. E Yago Dora tem o dele. Líder do ranking da World Surf League (WSL) e favorito ao título mundial da temporada, o paranaense radicado em Florianópolis costuma visualizar cada manobra e onda por meio de exercícios de visualização, yoga e meditação.

A “mania” alavancou o surfista de 29 anos a uma temporada consistente e que pode ser coroada com o primeiro título do Circuito Mundial, a partir desta terça-feira (26/8), em Cloudbreak, Fiji. Yago Dora costuma reservas as manhãs, sobretudo as de competição, para aliviar a mente e encontrar a melhor versão para levitar nos mares das 11 etapas da temporada regular, mais as águas do WSL Finals.

“Tenho feito yoga há algum tempo, faço bastante respiração, meditação, visualização, a prática completa. Isso me ajuda a manter a cabeça no lugar a estar calmo e com o foco afiado para os dias de competição. É algo que faço toda manhã durante as janelas de campeonato, tento fazer pelo menos um 20 minutos antes de começar o dia. Tem me ajudado bastante”, compartilhou, em resposta ao Correio.

Estamos falando de uma prática totalmente relacionada ao ambiente zen e paradisíaco das competições nas águas. “Para mim, o surfe em si já traz foco e paz. Ter esse adicional do yoga tem me ajudado bastante”, completa Dora.

Estamos falando de uma prática totalmente relacionada ao ambiente zen e paradisíaco das competições nas águas. “Para mim, o surfe em si já traz foco e paz. Ter esse adicional do yoga tem me ajudado bastante”, completa. Yago Dora terá “bastante” tempo para meditar e se visualizar erguendo o troféu do WSL Finals. Líder da temporada regular, o talento da Ilha da Magia precisa vencer apenas uma bateria para realizar o sonho do título inédito. Antes, era necessário vencer duas. Se perder o primeiro duelo, o paranaense radicado em Santa Catarina deverá sobreviver em uma melhor de três. Ou seja, vencer os dois confrontos seguintes.

“Estou muito feliz de chegar nesta posição. Uma das minhas metas era chegar bem colocado, pelo menos entre os três primeiros. Saiu melhor do que a encomenda, consegui ter uma temporada muito boa. Assumi a liderança na hora certa, na reta final, tendo essa certa vantagem, que é muito importante. É o tipo de onda que amo surfar, tubular, é de linha, que nos proporciona usar nossa criatividade”, explica.

Yago Dora aguardará o vencedor da chave que reúne do segundo ao quinto melhor do ranking. Há possibilidade de encarar o sul-africano Jordy Smith (2º), o americano Griffin Colapinto (3º), o australiano Jack Robinson (4º) e o compatriota Italo Ferreira (5º).

Primeiro campeão olímpico do surfe, em Tóquio-2020, Italo é o único detentor de troféu mundial envolvido na disputa e pode tornar a decisão em Fiji 100% verde-amarela e garantir ao Brasil novo título. Dos últimos 10 disputados, sete ficaram no país. O intruso na lista com Gabriel Medina, Adriano Souza, Italo e Filipe Toledo é o havaiano John John Florence, com os sucessos em 2024, 2017 e 2016.

“Não tem como escolher adversário. Cada um está pensando em si e veio buscar o título mundial. Ninguém está escolhendo adversário, pois não importa mais. Os cinco que estão aqui são merecedores. Para mim, não importa quem vier”, discursa Dora.

Arquipélago no Pacífico Sul, Fiji está 17 horas à frente do horário de Brasília. A primeira chamada para a bateria entre Italo e Jack Robinson será às 16h30 desta terça-feira. O prazo a conclusão de todas as disputas é até 4 de setembro. SporTV, site da World Surf League e o canal da WSL no YouTube transmitem.

Quatro perguntas para Italo Ferreira

O Jack Robinson extrapola o limite de competir? Essa rivalidade pode trazer uma tensão a mais para sua estreia no Finals?

Quando acontece algo que entra no momento em que pode ser decidido pelos juízes e não é aplicado, acaba alterando a estratégia e o momento na bateria, não porque o cara entrou na sua cabeça. Isso é bom, porque te dá um pouco mais de ódio para conquistar o que você quer. Os caras esquecem que quanto mais tentam fazer algo comigo, pior fica. É algo positivo para mim. Eu estava precisando de um gás a mais.

Você se casou recentemente, anunciou a espera do primeiro filho e agora está no Finals. É o melhor momento da vida?

Muitas coisas aconteceram nos últimos meses. Isso acaba motivando, deixando feliz com as notícias e oportunidades que acontecem. O objetivo era no final da temporada me classificar para o Finals, deu tudo certo. Eu ficaria muito triste este ano, porque comecei muito bem. Agora, é uma hora de aproveitar o momento, concentrar toda minha energia na competição, são quase 8h direto (até possível decisão). É um sonho que almejo desde criança. Claro, tenho um título, mas isso não anula minha vontade, meu desejo de conquistar mais títulos. Acabei batendo na trave nos últimos, mas creio que não era o meu momento. Estou tendo nova chance e espero que Deus tenha algo melhor para mim no fim das competições.

Como avalia sua temporada?

É um ano muito especial, principalmente no início, com grandes resultados, que me mantiveram no topo do ranking por alguns momentos. É claro que esfriou um pouco no meio da temporada, não consegui encaixar bons resultados. Nas duas últimas vezes (Finals), fiquei bem próximo, mas espero que aqui consiga performar de verdade.

Você se sente mais à vontade ir competindo ou esperar todas as baterias, como o Yago Dora?

Saindo de baixo, você consegue manter um ritmo e vai ganhando confiança durante as baterias até chegar na final. Dependendo do lugar, vai exigir mais do corpo e da mente. Foi o que fiz nos últimos dias. Sei que será em um dia muito clássico, a escolha das ondas será diferencial nessas condições. É bem diferente das outras finais, em Trestles (EUA). Existia uma troca de nota e uma movimentação muito intensa na bateria. Aqui, dependendo das condições, é um pouco mais calmo e tranquilo para decidir e usar a prioridade no momento certo.

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