
Foto: Michell Mello/Fiocruz Amazônia Revista
Estudos e projetos de pesquisa desenvolvidos pela Fiocruz Amazônia servirão de base para a formulação de propostas que deverão compor a Agenda de Ação do Brasil na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) foi convidado a participar do Painel Contribuições da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia, que acontecerá nos dias 12 e 15 /11, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável (CDESS), vinculado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República.
O primeiro evento acontecerá no Museu das Amazônias, dia 12/11, no Porto Futuro, bairro Reduto, e o segundo, dia 15/11, na Green Zone, COP 30, em Belém (PA), ambos das 10h às 12h.
O Painel tem como objetivo reunir representantes da comunidade científica, governos, setor privado, sociedade civil e povos tradicionais da Amazônia para debater e apresentar soluções tecnológicas, sociais e ambientais que contribuam diretamente para a Agenda de Ação do Brasil na COP30. Durante a programação, será apresentado o documento técnico resultante do Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia com a presidência da COP30, realizado em agosto de 2025, contendo recomendações estratégicas para a política nacional de mudança do clima e para as negociações internacionais.
Livro
O material reforça o papel da Amazônia como celeiro de inovação e sustentabilidade global. Na sequência, ocorrerá a apresentação do livro “Encontro da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia”, seguida da exposição dos convidados. Após as exposições, será aberta uma plenária para contribuições dos participantes e definição de encaminhamentos voltados a ações futuras de integração entre ciência, política climática e diplomacia ambiental, à inserção das soluções amazônicas nas negociações e resultados da COP30, bem como à valorização da produção científica e tecnológica da Amazônia no cenário internacional.
A diretora da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes, atuará como expositora do painel. Segundo ela, a Fiocruz definiu a Saúde como eixo orientador da ação climática global em Carta Aberta para a COP30. O documento norteará as contribuições à Agenda de Ação do Brasil na COP30, com 11 recomendações para a COP30.
A posição da Fiocruz Amazônia é de defesa do protagonismo das instituições acadêmicas e de pesquisa da região amazônica na tomada de decisões relativas ao processo de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na região, principalmente no tocante ao impacto sobre a saúde das populações dos campos, florestas e águas.
Desde 2015, o ILMD/Fiocruz Amazônia vem se dedicando à pesquisa em saúde na região amazônica, com foco nas populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. O processo passa necessariamente pelo resgate e valorização dos saberes tradicionais, vigilância e pesquisa em saúde e formação de recursos humanos, pilares da atuação da Fiocruz Amazônia
Crise de saúde
A Carta Aberta da Fiocruz, aprovada durante reunião do Conselho Deliberativo (CD) da Fundação, alerta que “a crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde”. Diante de sua tradição nos estudos da relação entre Clima e Saúde, a Fiocruz assinala que é “imperativo que a saúde seja tratada como eixo orientador da ação climática global”.
Entre algumas das principais recomendações feitas pelo CD da Fiocruz estão: dar centralidade à saúde e suas determinações socioambientais nas políticas climáticas; fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde; promover a justiça climática e socioambiental; ampliar a cooperação nacional e internacional e a participação social; além do diálogo de saberes e garantir financiamento climático para a saúde.
As propostas trazidas na Carta destacam a centralidade da vida e dos territórios como referência para as decisões globais e locais, ressaltando que a proteção da saúde humana e ambiental deve orientar compromissos, políticas e investimentos. O texto busca, portanto, oferecer diretrizes capazes de influenciar a agenda internacional e nacional, fortalecendo a justiça social e ambiental, a solidariedade entre os povos e a construção de respostas coletivas à altura dos desafios do nosso tempo.
“As mudanças climáticas ampliam doenças transmissíveis e crônicas, comprometem o acesso e a qualidade da água, dos alimentos e do ar, fragilizam territórios e intensificam sofrimentos psicossociais”, destaca o texto. “Esses efeitos se acumulam e pressionam os serviços de saúde com demandas simultâneas, interrupções e sobrecarga, evidenciando que não se trata apenas de um desafio ambiental, mas de uma ameaça direta à saúde coletiva e à sustentabilidade socioambiental”.

A elaboração da carta é resultado de um processo coletivo, participativo e institucionalizado no âmbito da Fiocruz, refletindo o compromisso da instituição com a construção democrática de agendas estratégicas. Para Stefanie Lopes, a COP30 é uma oportunidade histórica para reposicionar a Amazônia como protagonista das soluções climáticas do planeta. “No Encontro da comunidade científica e tecnológica da Amazônia com o embaixador da COP30 André Corrêa do Lago, mostramos que a ciência produzida aqui é estratégica para que o Brasil cumpra seus compromissos climáticos”, afirma Stefanie, que é pesquisadora especialista em malária.
“A Fiocruz, instituição nacional presente na Amazônia desde o início da sua história e há 30 anos com sede na região, reafirma que falar de clima é falar de vidas. É reconhecer que secas extremas, inundações, queimadas e perda de biodiversidade já estão afetando a saúde das populações amazônicas, ampliando desigualdades e ameaçando o bem-estar de milhões”, enfatizou.
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