COP30: Fiocruz propõe criação de sistema integrado de monitoramento de saúde e clima para a América Latina-radardasaude

A saúde terá um espaço especial durante a COP30, e o Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz marca presença para propor ações de enfrentamento aos efeitos das mudanças climáticas na saúde. Entre os eventos promovidos no Pavilhão da Saúde – espaço organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Wellcome Trust – está a mesa Rumo a um sistema regional integrado de monitoramento da saúde e do clima na América Latina, promovida pelo Observatório de Clima e Saúde. A atividade ocorrerá no dia 19 de novembro, às 9h, e será transmitida ao vivo pela página oficial da OMS.

“Em um mundo em plena crise climática e ambiental, é primordial que se criem meios para o acompanhamento participativo do impacto das mudanças climáticas sobre a saúde, de modo a identificar tendências, grupos e territórios vulnerabilizados e elaborar possíveis estratégias de adaptação, não apenas para esses grupos, mas também para o próprio sistema de saúde”, explica um dos coordenadores do Observatório, Christovam Barcellos, que representará a instituição na COP30.

O Observatório apresentará sistemas de monitoramento que vem desenvolvendo ao longo dos seus 16 anos de atuação e mostrará como essas experiências têm contribuído para a criação de observatórios de clima e saúde internacionais, como os do Chile, Moçambique e do Uruguai.  

“Desenvolvemos diversas ferramentas e experiências de integração de dados climáticos, sociodemográficos e epidemiológicos no Observatório. Por meio da colaboração com outros países, percebemos que compartilhar essas experiências permite que cada nação avance mais rapidamente diante da crise climática. Nosso objetivo é fortalecer a cooperação e agir regionalmente, com um sistema latino-americano de observatórios capaz de orientar políticas públicas baseadas em evidências”, afirmam os coordenadores do Observatório, Diego Xavier, Renata Gracie e Christovam Barcellos, posição mantida desde a sua fundação, em 2008.  

Na mesa da COP30 participarão, além de Christovam, Bertha Luz Pineda, do Organismo Andino de Salud; Tatiana Marrufo, do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique; Daniel Buss, representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas); e Emerson Soares, do Ministério da Saúde do Brasil.  

Outras contribuições do Observatório na COP30

O Observatório também participará do debate Trajetórias de síntese: relações entre saúde, bioma e economia na Amazônia contemporânea, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 18 de novembro. Nesse encontro, serão debatidas soluções tecnológicas e participativas para o uso de imagens de satélite produzidas pelo INPE para as análises de saúde na Amazônia, abrangendo não apenas o território brasileiro, mas todos os países que compõe a bacia amazônica.  

Na última quarta-feira (12/11), outro evento importante foi o seminário Arboviroses e populações amazônicas: preparação e resposta, que promoveu o diálogo entre especialistas, representantes da sociedade civil, estudantes e organizações comunitárias locais. O encontro foi organizado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) da França e aconteceu no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Além dessas agendas, o Observatório participou (12/11) do seminário científico Enfrentamento às arboviroses na era climática: a resposta da pesquisa One Health, um evento paralelo à COP 30; e no dia 18, das 14h às 15h, estará em um Encontro com representantes da Opas, do Ministério da Saúde do Brasil, da Rede Pasteur e do próprio Observatório de Clima e Saúde (Icict/Fiocruz).

Durante todo o evento, o Observatório contará com um espaço dedicado à apresentação de suas ferramentas, disponíveis em seu site. Aplicações que apoiam ações de enfrentamento e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas na saúde, como o MonitorAR Saúde, o FluxSUS, e o Monitor de Secas.