Dados preliminares do Ministério da Saúde apontam que o Brasil registrou 1.187 óbitos maternos ocorridos durante a gestação, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê em 2024. A região Norte registrou 160 óbitos maternos no mesmo período, sendo 16 deles em Roraima.

Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) traz em sua campanha para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, celebrado nesta quarta-feira, 17, os cuidados seguros para os recém-nascidos e crianças, reforçando a importância de prevenir riscos evitáveis desde o início da gestação.

Em entrevista à Folha, o diretor do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth, Manuel Roque, afirmou que esse número reduziu em 78%, contabilizando três mortes maternas este ano.

“Traçamos estratégias, como a ultrassom de emergência realizada na admissão da paciente. Os fluxos e os protocolos da porta de entrada foram atualizados e a equipe foi capacitada para identificar essa possível intercorrência. Em momento de intercorrência, a gente consegue agir em até 20 minutos, o que reduz drasticamente o tempo de espera e de intervenção”, contou Manuel.

Causas e prevenção de óbitos maternos

Ainda segundo o Ministério da Saúde, a maioria dessas mortes no país foi causada por hipertensão (como pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias, infecções e complicações no parto, que poderiam ser evitadas caso tivessem atendimento rápido e cuidados adequados desde o pré-natal.

Em Boa Vista, a rede municipal de saúde disponibiliza acompanhamento integral para mulheres grávidas, puérperas e recém-nascidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), são ofertadas consultas regulares, e exames laboratoriais e de imagem, como ultrassonografias.

Segundo a pasta, de janeiro a 15/09 deste ano, a Atenção Primária de Boa Vista registrou 26.885 consultas de Pré-Natal. O Ministério da Saúde recomenda que devem ser realizadas, no mínimo, seis consultas, além de exames laboratoriais.

Ainda segundo o diretor da maternidade, a média de partos realizados por mês varia entre 750 a 850. O fluxo alto de pacientes exige preparação para diminuir os riscos à saúde das mulheres e crianças que chegam na unidade.

“A gente trabalha em cima de protocolos, fluxos e checklist. As mortes acontecem basicamente ou por doenças de base, que é a nossa realidade, ou por falhas assistenciais. Nesse caso, implementamos o protocolo de emergência para atendimento e internação em até duas horas, o checklist de avaliação de risco e o checklist cesariano para parto seguro”, destacou Manuel.


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