Fiocruz firma acordos pelo desenvolvimento sustentável durante a COP30-radardasaude

Joabe Antonio de Oliveira

12/11/2025

O terceiro dia de participação da Fiocruz na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) foi marcado pela assinatura de dois Memorandos de Entendimento (MdEs), um com o Instituto Nacional do Oceano (Inpo) e outro com a Organização dos Povos Indígenas do Rio de Janeiro (Opirj). Ambos os protocolos de intenções, firmados nesta quarta-feira (12/11), fortalecem o compromisso da Fundação com o desenvolvimento sustentável e o futuro do planeta.

Acordos.

Fiocruz firma acordos com Opirj e Into nesta quarta-feira na COP30 (fotos/montagem: Divulgação)

 

Ao longo do dia, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, participou de uma mesa redonda sobre inovação e sustentabilidade em saúde na adaptação aos impactos climáticos e de uma reunião bilateral. Pesquisadores da Fiocruz também integraram a barqueata que marcou o início oficial da Cúpula dos Povos e participaram de diversas agendas em temas como enfrentamento a arboviroses, atingidos por barragens e mitigação do impacto das mudanças climáticas. A Fiocruz, pioneira no reconhecimento da relação entre Clima e Saúde, lançou a Carta Aberta para a COP30 e vem apresentando o documento durante todo o período da Conferência. A Carta lista 11 recomendações aos tomadores de decisões, ressaltando, sobretudo, que a “crise climática é uma crise de saúde”. Confira ainda na AFN o Especial Fiocruz na COP30

Oceanos e Saúde

A parceria estratégica com o Inpo visa, de forma coordenada, garantir a valorização do papel essencial do oceano para a vida e a saúde no planeta. O acordo busca promover ações conjuntas que integrem e ampliem as capacidades individuais de pesquisa sobre o conceito de Uma Só Saúde Azul (Blue One Health). Com objetivo de ampliar o campo de estudos sobre as relações de interdependência entre o oceano e as saúdes humana, animal, ambiental e ecossistêmica, a assinatura também marca a adesão formal da Fiocruz à Rede de Pesquisa, Inovação e Infraestrutura do Inpo.

Assinatura.

A parceria foi assinada pelo presidente da Fundação, Mario Moreira, e pelo diretor-geral do Inpo, Segen Estefen (foto: Divulgação)

 

“A Fiocruz, com seu pioneirismo no reconhecimento da relação entre Clima e Saúde, dá mais um importante passo por meio desta parceria estratégica junto ao Inpo. E os oceanos são centrais neste contexto. Por isso, a valorização e a proteção de seu papel essencial para a saúde global e a vida no planeta são ações fundamentais neste momento”, comentou o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

A parceria foi assinada pelo presidente da Fundação e pelo diretor-geral do Inpo, Segen Estefen. A atividade contou ainda com a presença do coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 e ex-presidente da instituição, Paulo Gadelha.  

“Este acordo reafirma que o oceano é essencial para a vida e para a saúde global. Ele é um grande provedor de oxigênio, regulador climático e reservatório de biodiversidade. Valorizar, proteger e compreender o oceano é cuidar da própria saúde do planeta”, destacou Estefen.  

Pela manhã, Gadelha participou de um painel sobre Estratégias de financiamento para promover a ciência que precisamos para o oceano que queremos, que reuniu instituições globais comprometidas em fortalecer a base científica necessária para um oceano sustentável. O debate abordou como estratégias inovadoras de financiamento podem impulsionar a ciência oceânica, essencial para integrar as agendas de clima e sustentabilidade – pilares da Década do Oceano e da Agenda 2030. 

Intercâmbio de tecnologias sociais, tradicionais e originárias  

A busca por futuras parcerias no campo da saúde, da educação e no enfrentamento das emergências climáticas também nortearam a elaboração do MdE com a Opirj. O protocolo estabelece, em regime de colaboração mútua, a elaboração e execução de projetos de investigação, ensino, extensão e inovação.

Assinatura.

Fiocruz e Opirj firmam parceria através de assinatura de MdE durante a COP30 (foto: Divulgação)

 

Além de colaborar no intercâmbio de tecnologias sociais, tradicionais e originárias, o acordo busca proporcionar cooperação institucional nas áreas de saúde, educação, patrimônio imaterial, comunicação, biodiversidade e gestão territorial. Nesse sentido, o fortalecimento da parceria entre as instituições tem potencial de impacto direto em comunidades indígenas do Acre. As ações propostas no documento estão, portanto, alinhadas com a Agenda 2030 e com os compromissos nacionais e internacionais de preservação cultural, socioambiental e climática.

“O trabalho conjunto é a chave para a construção de soluções em relação à emergência climática. É justamente isso que buscamos através desta parceria: trabalharmos juntos na integração das ciências tradicionais, dos povos originários e científicos”, acrescentou Moreira.

Coordenador geral da Opirj, Francisco da Silva Piyãko saudou a parceria como o início de um grande projeto que pode ajudar a construir um futuro mais seguro. “Esse ato é muito importante por conta dessa aproximação com a Fiocruz”, destacou. “Nossa ideia é fortalecer um projeto que já discutimos há um tempo, um centro de referência das populações tradicionais da região do Rio Juruá. Assinamos hoje uma oportunidade que nasce aqui por um futuro mais seguro”. 

Conexões e debates

Pela manhã, o presidente Mario Moreira foi um dos painelistas na mesa redonda Saúde em Clima de Mudança: Inovação, Equidade e Sustentabilidade na adaptação aos impactos climáticos”, no Pavilhão Agenda de Ação. O diretor da Unitaid, Philippe Duneton, o ministro da Saúde da África do Sul, Pakishe Aaron Motsoaledi, também participaram da atividade. A mediação foi da secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis), Fernanda de Negri.  

“Os sistemas de saúde não estão preparados para lidar com desastres provocados pelas mudanças climáticas, isso é um desafio mas também uma oportunidade para inovação e financiamento mais seletivo para a saúde. A Fiocruz, inclusive, tem uma frente importante na busca por produtos mais resilientes, como vacinas mais estáveis”, pontuou Mario Moreira na mesa.

Mario na mesa.

Mario Moreira foi um dos painelistas na mesa redonda Saúde em Clima de Mudança (foto: Divulgação)

 

Ainda entre as conexões estabelecidas nesta quarta-feira, o presidente também participou de uma reunião bilateral com a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi). Em 2024, em parceria com o Ministério da Saúde, as instituições promoveram, no Rio de Janeiro, a segunda edição da Cúpula Global de Preparação para Pandemias (GPPS, na sigla em inglês), a primeira na América Latina. O encontro na COP30 debateu os desdobramentos do tema diante das mudanças climáticas. 

Cepi.

Reunião bilateral com a Cepi (foto: Divulgação)

 

Agenda da Fiocruz na COP 30 nesta quarta-feira

Pesquisadores da Fundação estão presentes em diversas atividades ao longo da COP30 e em eventos paralelos. Pela manhã (12/11), representantes da Fiocruz se juntaram aos parceiros da Saúde e integraram a barqueata que marca o início oficial da Cúpula dos Povos. Mais tarde, em agenda na Cúpula, o coordenador de Saúde e Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), Guilherme Franco Netto, participou do encerramento do 4º Seminário Internacional dos Atingidos por Barragens.

Barqueata.

Representantes da Fiocruz se juntaram aos parceiros da Saúde e integraram a barqueata que marca o início oficial da Cúpula dos Povos (foto: Divulgação)

 

Pesquisadores da Fiocruz Amazônia integraram também o painel Contribuições da Comunidade Científica e Tecnológica da Amazônia pela manhã no Museu das Amazônias. Ao longo do dia, o coordenador do Centro de Estudos Estratégicos (CEE/Fiocruz), Rômulo Paes, participou de debate no Museu Emílio Goeldi sobre Mitigação do Impacto das Mudanças Climáticas na Saúde Pública através da Abordagem de Saúde Única, com participação do Grupo de Trabalho de Saúde Única da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (OHWG/WFPHA), da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Fiocruz. Paes integrou ainda o painel Sistemas de Saúde resilientes: a importância da Atenção Primária na crise das mudanças climáticas, promovido pelo Ministério da Saúde.  

Também no Instituto Evandro Chagas, um dos coordenadores do Observatório do Clima e Saúde da Fiocruz, Christovam Barcellos, participou de evento paralelo no âmbito França-Brasil, um seminário científico sobre Enfrentamento às arboviroses na era climática: a resposta da pesquisa One Health. Já na Universidade Federal do Pará (UFPA), Barcellos participou do painel Um só mundo, uma só saúde: Quando territórios e saberes se unem diante das epidemias, organizado pelo Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD) e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), com apoio da Embaixada da França. 

Com participação do coordenador científico do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz), Maurício Barreto, o Pavilhão da Saúde foi palco do painel Do Compromisso à Ação: Acelerando o monitoramento e a avaliação para avançar e informar a ação climática protetora da saúde, promovido por The Lancet Countdown Global. Com participação de pesquisadores da Fiocruz na elaboração, o relatório The Lancet Countdown Latin America foi lançado no início de novembro, resultado de um estudo colaborativo entre 25 instituições acadêmicas regionais e agências da Organização das Nações Unidas (ONU), que acompanha 41 indicadores em 17 países da América Latina. A Fiocruz está finalizando a elaboração de um documento para o Brasil, que traz recomendações para formuladores de políticas, geralmente com foco em questões específicas de saúde e clima.

A agenda da manhã ainda contou com a participação da diretora do IOC/Fiocruz, Tania Araújo-Jorge. Com organização do IOC/Fiocruz e Instituto Evandro Chagas, ela compôs a Exibição de atividades e projetos em cooperação: coleções biológicas, ambulatórios, vigilância, pesquisa e inovação na Zona Verde do evento. Em seguida, no Museu Goeldi, a diretora integrou a discussão Suíça e Amazônia: Uma parceria para o planeta.


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