A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai conceder, na próxima terça-feira (16), o título de Doutor Honoris Causa ao cantor e compositor Milton Nascimento, um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. A cerimônia será realizada às 16h, no auditório da Fiocruz Minas, em Belo Horizonte.
Por motivos de saúde, o artista será representado pelo maestro Wilson Lopes, integrante de sua banda. A homenagem foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz e reconhece a importância da obra de Milton como instrumento de resistência, crítica social e afirmação de identidades, ao longo de mais de seis décadas de carreira.
Segundo o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, o legado de Milton dialoga diretamente com os valores da instituição. “Desde o início da carreira, Bituca utilizou a música como ferramenta de conscientização, transformação social e resistência democrática. É uma honra reconhecer um artista cuja trajetória ultrapassa fronteiras e inspira gerações”, afirmou.
Música como resistência e compromisso social
Ao longo da carreira, Milton Nascimento usou a música como forma de denúncia social, especialmente durante a ditadura militar, período em que driblou a censura com experimentações sonoras, metáforas e forte carga poética. Sua obra reúne espiritualidade, política e defesa dos direitos humanos, influenciando movimentos sociais e artistas no Brasil e no exterior.
Canções como “Milagre dos Peixes” (1974), “Maria, Maria” (1978), “Missa dos Quilombos” (1981) e “Coração de Estudante” (1983) tornaram-se símbolos de luta, democracia e valorização da diversidade. Já em “San Vicente” (1999), o artista reforçou sua identidade latino-americana, unindo referências históricas, políticas e culturais do continente.
Relação com povos indígenas
Outro aspecto central da trajetória de Milton é sua profunda relação com os povos indígenas. Desde os anos 1970, o artista construiu vínculos com diferentes etnias, experiência que deu origem ao projeto “Txai”, lançado em 1991, após convivência com povos da floresta no Acre, especialmente os Ashaninka. Em 2010, Milton foi batizado pelos Guarani Kaiowá, reforçando seu compromisso com a defesa dos territórios e dos direitos dos povos originários.
Trajetória e legado
Nascido no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1942, Milton Nascimento cresceu em Minas Gerais, onde teve sua formação musical incentivada desde cedo. Nos anos 1960, participou da criação do Clube da Esquina, movimento que revolucionou a música brasileira e projetou artistas mineiros para o mundo.
A consagração nacional veio em 1967, com a música “Travessia”, no Festival Internacional da Canção. Desde então, Milton construiu uma carreira sólida e internacional, com 47 álbuns lançados, participações em trilhas sonoras e reconhecimento global.
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