A Fundação lançou a Carta Aberta da Fiocruz: contribuição para a COP30 no Fórum de Líderes Locais (4/11), no Rio de Janeiro. O evento foi realizado Teatro Municipal Carlos Gomes, no Centro da capital fluminense, e promoveu um espaço de diálogo e mobilização em torno da agenda climática.

O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, afirmou que a Carta é um alerta da Fiocruz de que o desafio ambiental é uma ameaça direta à saúde coletiva e à sustentabilidade socioambiental (Foto: Gutemberg Brito)
Cerca de 40 lideranças de diferentes instituições e coletivos populares participaram da apresentação da Carta Aberta. O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, fez uma breve exposição sobre a trajetória da Fundação nas respostas a emergências sanitárias, incluindo as crises climáticas, e introduziu as 11 recomendações da Carta para a COP-30, formulada pela Câmara Técnica de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz e aprovada pelo Conselho Deliberativo da instituição. A mesa de abertura contou também com as presenças de Caroline Dias, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro; e de Felipe Lopes, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
“A crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde. A finalidade da Fiocruz ao apresentar uma Carta Aberta com recomendações para a COP30 é destacar que as mudanças climáticas impõem ao sistema de saúde múltiplos riscos — ampliam doenças transmissíveis e crônicas, comprometem o acesso e a qualidade da água, dos alimentos e do ar, fragilizam territórios e intensificam sofrimentos psicossociais. Esses efeitos se acumulam e pressionam os serviços de saúde. Esta Carta é um alerta da Fiocruz, uma instituição pública centenária com expertise em dar respostas rápidas às questões de saúde coletiva, de que o desafio ambiental é uma ameaça direta à saúde coletiva e à sustentabilidade socioambiental. É preciso atuarmos de forma integrada e em rede”, explicou Valcler.
Caroline Dias destacou que “esta Carta, que expressa 11 compromissos, é um documento norteador sobre o que fazer e como fortalecer as ações para o enfrentamento da crise climática. Um exemplo de ação da Secretaria de Saúde do Rio é o protocolo de calor extremo para a cidade, baseado em evidências para o cuidado com a saúde da população. Com as ondas de calor, há dados que apontam aumento da mortalidade. E o que a Fiocruz está nos dizendo é que consequências da crise climática — como ondas de calor, inundações, deslizamentos e qualidade do ar — impactam diretamente a saúde da população, e precisamos estar preparados para atender a esses impactos por meio do sistema de saúde”.
Felipe Lopes ressaltou que “fortalecer os espaços de diálogo e dar voz aos sujeitos dos territórios em vulnerabilidade faz toda a diferença no enfrentamento da crise climática, que atinge com maior intensidade essas populações. Na Secretaria de Meio Ambiente, implementamos o programa Jovens Negociadores do Clima, voltado à juventude desses territórios, para desenvolver habilidades de participação em debates climáticos em níveis local, regional e internacional. Também temos o programa Guardiãs das Matas, que valoriza e empodera lideranças comunitárias femininas para atuarem como guardiãs em áreas de preservação ambiental, especialmente no bioma da Mata Atlântica — um dos mais ricos e ameaçados do planeta. Essas mulheres foram formadas na Fiocruz. Atuar em rede nas diferentes esferas é fundamental para o enfrentamento da crise climática”.
Durante a troca de diálogos com a plenária, Patrícia Sant’Anna, da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde, explicou que “para que as ações de enfrentamento à crise climática sejam efetivas, é necessário trabalhar em rede com os conselhos nacionais de secretários estaduais de Saúde (Conass) e de secretários municipais de Saúde (Conasems), para que as ações previstas na Carta Aberta da Fiocruz sejam incorporadas aos Planos Municipais de Saúde”. A manhã foi marcada pelo reforço do alerta sobre os impactos diretos da crise climática na saúde e pela reflexão sobre como a Fiocruz, junto a diferentes atores, pode transformar esse alerta em ações concretas de enfrentamento.
Confira a Carta na íntegra.
Conheça as 11 recomendações da Carta Aberta da Fiocruz para a COP30:
1. Dar centralidade à saúde e suas determinações socioambientais nas políticas climáticas
2. Fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde
3. Construir e manter sistemas de monitoramento e alerta regionais
4. Consolidar a governança global em saúde e clima
5. Promover a justiça climática e socioambiental
6. Adotar a agroecologia como caminho prioritário para garantir saúde, soberania e segurança alimentar e nutricional
7. Ampliar a participação social e o diálogo de saberes
8. Ampliar a cooperação nacional e internacional para fortalecer redes de pesquisa e inovação sobre clima, biodiversidade, poluição e seus impactos na saúde
9. Transformar a comunicação e a popularização da ciência em instrumentos de mobilização
10. Garantir financiamento climático para a saúde
11. Valorizar os biomas como patrimônio da saúde e da vida
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