Quatro Unidades da Federação apresentaram aumento expressivo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pela Covid-19, especialmente entre os idosos, segundo o mais recente Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referente à Semana Epidemiológica 37, que corresponde ao período de 7 a 13 de setembro. As unidades com alta são o Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo.
Além desses estados, também foi identificada uma leve elevação nas notificações de SRAG por Covid-19 nas regiões Centro-Sul, Nordeste e no estado do Pará. Apesar do aumento de casos, essas regiões ainda não apresentaram crescimento significativo nas hospitalizações.
Diante desse cenário, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, reforçou a importância da vacinação, destacando sua eficácia na prevenção de casos graves e mortes. Ela também recomendou atenção à atualização do cartão vacinal, especialmente para os grupos de risco. Segundo a pesquisadora, os idosos devem receber doses de reforço a cada seis meses, enquanto imunocomprometidos devem atualizar a imunização anualmente.
No grupo de estados com leve alta de casos de SRAG por Covid-19, destacam-se Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, na região Centro-Sul; Bahia, Piauí e Paraíba, no Nordeste; e o estado do Pará, no Norte.
O levantamento indica que, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 47,3% para rinovírus, 17,7% para vírus sincicial respiratório, 17,3% para o Sars-CoV-2 (Covid-19), 10,2% para Influenza A e 1,7% para Influenza B. Chamam atenção as hospitalizações por Influenza A, que voltaram a crescer no Distrito Federal e em Goiás, afetando jovens, adultos e idosos.
Em relação ao cenário nacional, os casos de SRAG apresentam tendência de estabilidade ou oscilação em longo prazo. No entanto, o boletim destaca que esse padrão está associado à desaceleração do avanço dos casos de SRAG provocados por rinovírus, embora hospitalizações por esse vírus continuem crescendo em algumas regiões.
Atualmente, oito das 27 Unidades da Federação estão em níveis de alerta, risco ou alto risco de SRAG, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo. São elas: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rondônia. Nessas localidades, o rinovírus tem desempenhado papel relevante, sobretudo entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos. Apesar disso, no Distrito Federal já há sinais de interrupção no aumento de casos.
Dados laboratoriais mostram que o rinovírus se tornou a principal causa de hospitalizações por SRAG entre crianças e adolescentes de até 14 anos. Outras dez Unidades da Federação também registram incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, mas sem crescimento na tendência de longo prazo. São elas: Acre, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina.
Entre as capitais, cinco apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento de longo prazo: Brasília (DF), Florianópolis (SC), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
Em 2025, já foram notificados 176.451 casos de SRAG, sendo 53,2% com confirmação laboratorial para algum vírus respiratório. O total de óbitos registrados até o momento é de 10.577, com 52,5% testando positivo para algum agente viral. Entre as causas dos óbitos, 52% foram associados à Influenza A, 1,8% à Influenza B, 12% ao vírus sincicial respiratório, 13,6% ao rinovírus e 21,7% ao Sars-CoV-2 (Covid-19).
Nas quatro últimas semanas, a prevalência entre os óbitos por vírus respiratórios foi de 42,8% para Covid-19, 28,8% para rinovírus, 21% para Influenza A, 8,6% para vírus sincicial respiratório e 1,2% para Influenza B.
O boletim revela a complexidade do atual panorama epidemiológico respiratório no país, que exige atenção contínua das autoridades sanitárias e da população quanto à vacinação e medidas preventivas, especialmente entre os públicos mais vulneráveis.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Brasil 61
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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