A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) concederá ao cantor e compositor Milton Nascimento o título de Doutor Honoris Causa, reconhecendo sua relevância como um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. A cerimônia ocorrerá na próxima terça-feira, 16 de dezembro, às 16h, no auditório da Fiocruz Minas, em Belo Horizonte, na Avenida Augusto de Lima, 1715, Barro Preto. O artista será representado pelo maestro de sua banda, Wilson Lopes. A homenagem foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz e destaca a obra de Milton como instrumento de resistência, crítica social e afirmação de identidades ao longo de mais de seis décadas de trajetória artística.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou que “o legado artístico de Milton Nascimento é inegável e sua obra está em sintonia com a missão da nossa instituição”. Ele destacou que desde o início da carreira, “Bituca” utilizou sua musicalidade como ferramenta de conscientização, transformação social e resistência democrática. Moreira afirmou ainda que a celebração tem significado especial por ocorrer em Minas Gerais, estado que viu nascer o lendário Clube da Esquina, movimento que revolucionou a música brasileira.
A carreira de Milton Nascimento é marcada por canções que se tornaram símbolos de luta e resistência. Entre elas, Milagre dos Peixes (1974), que transformou a censura em expressão artística; Maria, Maria (1978), hino de valorização das mulheres, especialmente negras; Missa dos Quilombos (1981), celebração da espiritualidade dos povos negros e pobres; e Coração de Estudante (1983), símbolo das Diretas Já e dos movimentos democráticos. Em San Vicente (1999), o artista reafirmou seu olhar latino-americano, unindo influências musicais diversas e referências históricas e políticas. Outro eixo central de sua trajetória é a relação com os povos indígenas, que resultou no projeto Txai (1991), após convivência com os Ashaninka no Acre, e no batismo realizado pelos Guarani Kaiowá em 2010, no Mato Grosso do Sul.
Nascido no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1942, Milton cresceu em Juiz de Fora e Três Pontas, Minas Gerais, com os pais adotivos Lília e Josino Campos. Aos 13 anos ganhou seu primeiro violão e, aos 15, formou grupos musicais com Wagner Tiso. Na década de 1960, integrou o movimento que originou o Clube da Esquina, ao lado de Lô Borges, Beto Guedes, Márcio Borges e Fernando Brant. Em 1967, alcançou notoriedade nacional ao classificar três músicas no Festival Internacional da Canção da TV Globo, incluindo Travessia, que conquistou o segundo lugar. Sua projeção internacional se consolidou com a gravação de Courage nos Estados Unidos, em 1968. Ao longo da carreira, lançou 47 álbuns, participou de 13 filmes, conquistou quatro Grammys e firmou parcerias com grandes nomes da música nacional e internacional. A homenagem da Fiocruz reafirma a importância de Milton Nascimento como ícone cultural e voz da resistência democrática no Brasil e no mundo.
Da redação do Jornal Panorama
Com informações: Agência Fiocruz
Imagem: miltonbitucanascimento/Arquivo Pessoal/Instagram
›Jornal Panorama Minas – Grande Circulação no Estado de Minas Gerais – Noticiando o Brasil, Minas e o Mundo – 50 anos de jornalismo ético e profissional
Você pode se precisar disso:
Produtos Recomendados

Ômega 3 1000mg Rico em EPA DHA com Selo IFOS e Vitamina E – 60 cápsulas Vhita-radardasaude
Ver na Amazon* Links de afiliado. Podemos receber uma comissão por compras qualificadas.
Conteúdo Indicado



