O Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen-BA) lidera o ranking nacional em produção de exames de importância para a saúde pública, segundo revelado nesta segunda-feira (8) pela coordenadora-geral de Laboratório de Saúde Pública do Ministério da Saúde, Karen Machado. Ela participou da celebração dos 110 anos do equipamento, completados no último domingo (7).
“Cerca de 20% dos exames de laboratórios públicos são produzidos na Bahia”, afirmou.
A programação científica em comemoração ao aniversário do Lacen-BA ocorreu no auditório Lúcia Alencar, na sede da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. O evento contou com a presença de especialistas como a diretora-geral do Lacen-BA, Arabela Leal, o infectologista Antônio Bandeira, a gerente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Graziela Costa de Araújo, e a biomédica Elaine Cristina Faria.
Expansão e investimentos na rede de laboratórios
Durante a celebração, a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, anunciou a abertura de cinco novas unidades regionais na rede de laboratórios públicos. Ela destacou que o governo da Bahia investiu mais de R$ 20 milhões em modernização tecnológica nos últimos anos, incluindo equipamentos, infraestrutura e capacitação.
“Esse esforço nos garantiu um Lacen preparado, hoje reconhecido como a terceira maior unidade de vigilância laboratorial do país, classificado na categoria máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde, e responsável por coordenar uma rede que já chega a 28 laboratórios descentralizados em todo o Estado”, disse.
Já a diretora-geral do Lacen-BA, Arabela Leal, ressaltou que a instituição contribuiu de forma decisiva para o sistema público de saúde da Bahia e do país. Ela lembrou que o laboratório, que combina experiência histórica, infraestrutura moderna e conhecimento técnico, identificou o primeiro caso de Candida auris (C. Auris) no Brasil e registrou óbitos relacionados à Febre Oropouche. Arabela destacou ainda a atuação da unidade durante a pandemia de Covid-19.
“Saímos da pandemia, um momento desafiador, bem mais organizados e conseguimos evoluir”.
Relembre a trajetória do Lacen-BA
Fundado em 1915 como Instituto Bacteriológico, Anti-rábico e Vacinogênico da Bahia, o laboratório nasceu da colaboração entre Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e Gonçalo Muniz, na Bahia, em meio à epidemia de febre amarela que atingia o país. Ao longo do tempo, o equipamento passou por mudanças de nome e atribuições, sendo incorporado à Sesab em 1973 e integrado à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.
O Lacen-BA teve protagonismo durante a pandemia de Covid-19, liderando a identificação de variantes do Sars-CoV-2 por meio da vigilância genômica. Entre 2019 e 2025, o governo estadual investiu mais de R$ 20 milhões em modernização tecnológica, ampliando a capacidade de resposta do laboratório e reforçando sua atuação estratégica na saúde pública baiana e nacional.
Além da execução de exames laboratoriais, o Lacen-BA é responsável por ações de verificação da qualidade de produtos essenciais à vigilância em saúde. A instituição avalia alimentos, medicamentos, cosméticos e saneantes, além de imunobiológicos, hemoderivados e realiza análises de toxicologia humana. Seu trabalho garante segurança e confiabilidade nos serviços oferecidos por toda a rede pública de laboratórios.