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A rabdomiólise, provocada pela destruição das fibras musculares em situações de esforço intenso, segue subdiagnosticada no Brasil e sem protocolos específicos para prevenção. Atenta a essa lacuna, a Marinha do Brasil iniciou um projeto estratégico para criar um teste diagnóstico rápido, reunindo ciência, Defesa e setor produtivo em busca de soluções que protejam vidas e fortaleçam a saúde pública.
Ciência e tecnologia a serviço da saúde militar e civil
O projeto, coordenado pela Capitão de Fragata Andreia Carneiro, do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais, busca desenvolver um teste portátil, rápido e não invasivo capaz de identificar precocemente sinais de Lesão Renal Aguda (LRA) causada por rabdomiólise. Essa condição pode evoluir para falência renal e até para a morte se não for diagnosticada a tempo.
A pesquisa utiliza ferramentas avançadas como transcriptômica (estudo da expressão genética sob estresse) e proteômica urinária, que permitem identificar biomarcadores horas antes de alterações nos exames convencionais. Com isso, é possível intervir rapidamente e salvar vidas em treinamentos militares, operações de campo ou até no esporte de alto rendimento.
Impacto na saúde pública e populações vulneráveis
Embora o estudo tenha nascido no ambiente militar, seu impacto vai além da tropa. Militares, atletas, brigadistas, trabalhadores rurais e da construção civil estão entre os grupos mais expostos ao risco de rabdomiólise. No futuro, a expectativa é que o teste seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), permitindo triagens rápidas em unidades básicas de saúde e evitando casos graves de insuficiência renal.
Especialistas como o médico sanitarista Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, ressaltam que a ferramenta pode ampliar a vigilância epidemiológica e antecipar intervenções clínicas. Já pesquisadores de universidades parceiras apontam que a tecnologia poderá se transformar em um modelo de prevenção nacional para doenças negligenciadas e riscos ocupacionais.
Integração entre Defesa, ciência e inovação nacional
O projeto integra a carteira de Projetos Estratégicos da Defesa Nacional, o que garantiu apoio logístico e operacional para validação em campo. A iniciativa conta com a colaboração de instituições de ponta como USP, Unifesp, UFRJ, UFPE, Fiocruz e Grupo Fleury, unindo a capacidade de pesquisa científica, a infraestrutura da Marinha e a expertise diagnóstica do setor produtivo.
Essa cooperação fortalece a inovação biomédica brasileira, ao transformar dados de campo em tecnologias funcionais e acessíveis. Para a Marinha, trata-se de proteger não apenas seus militares, mas também contribuir para a saúde da sociedade brasileira. Para especialistas civis, o projeto exemplifica como a união entre Defesa, ciência e setor produtivo pode gerar soluções estratégicas com impacto direto na vida da população.
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