O Brasil recebeu nesta quinta-feira, 9, o lote com 2.500 unidades do antídoto fomepizol, indicado para casos de intoxicação por metanol. O Ministério da Saúde definiu que as primeiras 1.500 unidades já serão distribuídas hoje com prioridade para São Paulo, que vai receber 288 ampolas e é o estado que concentra a maior parte dos registros: até o momento, foram confirmados 20 casos e cinco mortes.
A meta da pasta é munir os estados com notificações de casos suspeitos (veja lista abaixo) e, depois, fazer a distribuição para as demais unidades da federação. Outras 1.000 ampolas serão deslocadas para o estoque estratégico do ministério.
O medicamento, que não tem registro sanitário no Brasil, foi adquirido em meio à crise do metanol por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). “O medicamento é considerado raro devido à baixa produção mundial”, informou o ministério.
“Nós já temos, no Brasil, o etanol disponibilizado em todas as unidades da federação. As compras foram realizadas pelo Ministério da Saúde em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e os hospitais de clínicas já contam com esse insumo. O que estamos oferecendo agora é uma segunda opção, o fomepizol, adquirido via Opas com apoio da Anvisa: são 2.500 ampolas que já estão sendo entregues”, explicou Mariângela Simão, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde. “Apesar de termos notificações em 12 estados, todos os estados do país terão à disposição tanto o etanol quanto o fomepizol.”
Primeiros estados a receber o antídoto
A lista contempla, inicialmente, as localidades com notificações de casos suspeitos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas. Até o momento, o país tem 24 casos confirmados e 235 em investigação. Há 11 óbitos em investigação e cinco foram confirmados — todos em São Paulo.
- São Paulo: 288 unidades
- Rio de Janeiro: 120 unidades
- Paraná: 84 unidades
- Rio Grande do Sul: 80 unidades
- Pernambuco: 68 unidades
- Goiás: 52 unidades
- Espírito Santo: 28 unidades
- Paraíba: 28 unidades
- Piauí: 24 unidades
- Mato Grosso do Sul: 20 unidades
- Acre: 16 unidades
- Rondônia: 16 unidades
Como funciona o antídoto?
Em entrevista a VEJA, o professor do Departamento de Química da USP Ribeirão Preto e toxicologista Daniel Junqueira Dorta, informou que o fomepizol é mais eficaz do que o etanol farmacêutico utilizado no socorro das vítimas que está disponível no país.
“Ele é aplicado diretamente na corrente sanguínea na veia e vai inibir aquelas enzimas que fazem o processo de metabolização do metanol. Assim, fica só o etanol, que é menos tóxico.” Dorta explica que, para obter os melhores resultados da medicação, ela deve ser administrada assim que os sintomas se manifestarem. Logo, as pessoas não devem esperar o agravamento do quadro para buscar ajuda médica.
Uma nota técnica do ministério reforça a orientação para uso do etanol farmacêutico como antídoto efetivo para os casos de intoxicação.
O ministério informou que os hospitais universitários federais entregaram 4.300 doses de etanol farmacêutico e que uma doação de 12 mil ampolas do produto foi feita pela empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos para os estoques do Sistema Único de Saúde (SUS).
Como identificar uma possível intoxicação por metanol
O metanol é um tipo de álcool usado na indústria e que não pode ser consumido por desencadear a produção de substâncias altamente tóxicas ao ser metabolizado no fígado, como formaldeído e ácido fórmico.
Elas atacam o sistema nervoso central, o nervo óptico e os rins, causando comprometimento neurológico, cegueira irreversível e insuficiência renal em casos mais graves. O quadro pode evoluir para choque e óbito.
É fundamental ficar atento a sintomas como cólica, sonolência, tontura, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia e convulsões.
A pessoa deve buscar socorro médico para receber o antídoto, um etanol usado em ambientes hospitalares, para cortar a metabolização do metanol.

Cuidados ao consumir bebidas alcoólicas
Em nota, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) de São Paulo recomendou que bares, empresas e demais estabelecimentos “redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos”. Para a população, os cuidados são:
- Adquira apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal
- Evite opções de origem duvidosa e com preços muito abaixo do valor de mercado
- Procure ajuda médica em caso de sintomas
- Ligue para o Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
- Se precisar de orientação especializada, entre em contato com o CIATox da sua cidade
- Entre em contato com o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): (0 xx 11) 5012-5311 ou 0800-771-3733 – de qualquer lugar do país
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