O cantor e compositor Milton Nascimento recebeu, nesta terça-feira (16), o título de Doutor Honoris Causa (“por causa da honra”, em tradução livre), concedido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Trata-se da mais alta honraria concedida por instituições de ensino e pesquisa a personalidades que fizeram contribuições notáveis à ciência, às artes ou às humanidades, mesmo que não tenham cursado um doutorado formal.
A cerimônia ocorreu na tarde desta terça-feira, no auditório da Fiocruz Minas, em Belo Horizonte, e o artista foi representado pelo maestro de sua banda, Wilson Lopes. Milton foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Deliberativo da instituição, que, segundo a fundação, “reconhece a relevância da obra dele como instrumento de resistência, crítica social e afirmação de identidades ao longo de mais de seis décadas de trajetória artística”.
“O legado artístico de Milton Nascimento é inegável e sua obra está em sintonia com a missão da nossa instituição. Desde o início da carreira, ‘Bituca’ utilizou seu canto e sua musicalidade como instrumentos de conscientização, transformação social e resistência democrática”, explicou o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
Milton Nascimento foi homenageado na Fiocruz como um dos maiores ídolos vivos da música brasileira, com uma carreira marcada pela excelência artística e pelo reconhecimento internacional. O uso da música como forma de denúncia social, especialmente durante a ditadura militar brasileira, assim como o enfrentamento às injustiças, também foi lembrado na celebração.
“A celebração ganha um significado ainda mais especial por ocorrer em Minas Gerais, a terra que o viu crescer e onde nasceu o lendário Clube da Esquina”, continuou Moreira. O artista, de 83 anos, enfrenta problemas de saúde e, em outubro, a família revelou que ele foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy, um distúrbio neurodegenerativo caracterizado pelo declínio das funções de pensamento, movimento, cognição, comportamento e humor.
Carreira
Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1942. Órfão de mãe ainda bebê, viveu em Juiz de Fora (MG) e, depois, em Três Pontas, onde cresceu com os pais adotivos, Lília e Josino Campos, que estimularam desde cedo sua formação musical. Aos 13 anos ganhou seu primeiro violão e, aos 15, formou, ao lado do amigo Wagner Tiso, o grupo vocal Som Imaginário, seguido pelo conjunto W’s Boys, que se apresentava em bailes da região.
No início da década de 1960, mudou-se para Belo Horizonte, onde integrou o movimento que daria origem ao histórico Clube da Esquina, ao lado de Lô Borges, Beto Guedes, Márcio Borges e Fernando Brant, formação que revolucionou a sonoridade da música brasileira e projetou Minas Gerais para o cenário internacional.
Em 1967, Milton alcançou notoriedade nacional ao classificar três músicas no Festival Internacional da Canção da TV Globo, incluindo Travessia, que conquistou o segundo lugar e marcou definitivamente sua carreira. Sua projeção internacional ampliou-se ainda naquele período, com a gravação de Courage nos Estados Unidos, em 1968. Ao longo da carreira, lançou 47 álbuns, participou de 13 filmes, conquistou quatro Grammys e colecionou parcerias com grandes nomes nacionais e internacionais.
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