A vacinação permanece como a forma mais eficaz de prevenção do tétano — doença grave, imunoprevenível e potencialmente fatal — e segue como prioridade do Ministério da Saúde (MS) para evitar a reemergência do tétano neonatal e manter o controle do tétano acidental no país. Embora o Brasil mantenha, desde 2003, a eliminação do tétano materno e neonatal como problema de saúde pública, especialistas alertam que a queda das coberturas vacinais, associada às falhas na imunização de gestantes e na assistência ao parto, aumenta o risco de novos casos. Nos últimos anos, o país registrou, em média, 200 casos anuais de tétano acidental, com letalidade em torno de 28%, além de persistirem desafios epidemiológicos em municípios mais vulneráveis.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (19), durante o webinário “Desafios e Estratégias para Manutenção da Eliminação do Tétano Neonatal e Prevenção de Casos Acidentais”, promovido pelo Ministério da Saúde. O encontro reuniu profissionais de todas as regiões do país e destacou a urgência de proteger populações vulneráveis, reforçar ações de vigilância e ampliar a cobertura vacinal, especialmente entre gestantes, crianças e idosos.
Greice Madeleine Ikeda do Carmo, coordenadora-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis do MS, chamou atenção para o risco da complacência frente à doença. “Mesmo após a eliminação do tétano neonatal, o país precisa manter estratégias sólidas para evitar novos registros e proteger populações mais vulneráveis”, afirmou.
Segundo os dados apresentados por Greice, o Brasil registrava, nas décadas de 1980 e 1990, centenas de casos por ano de tétano neonatal, cenário revertido com ações intensivas de vacinação e melhoria do cuidado ao parto. A série histórica mostra redução expressiva, chegando a zero casos em quase todos os estados na última década, com registros isolados em Minas Gerais (2014), Rio Grande do Sul (2016) e Amapá (2020).
Ana Catarina de Melo Araújo, coordenadora-geral de Incorporação Científica e Imunização do MS, destacou a importância da vacinação em todas as fases da vida e reforçou a necessidade de atualizar esquemas incompletos. “A vacina contra o tétano é extremamente eficaz, mas depende dos reforços a cada 10 anos para garantir proteção. Muitas pessoas têm o esquema primário, mas deixam de fazer os reforços e acabam adoecendo”, explicou.
A imunização das gestantes é essencial para proteger o recém-nascido, já que os anticorpos são transferidos da mãe para o bebê durante a gestação. “Garantir que cada gestante receba a vacina dTpa em todas as gestações é uma das principais medidas para mantermos o tétano neonatal eliminado no país”, reforçou a coordenadora.
Os especialistas também ressaltaram o aumento da vulnerabilidade entre idosos para o tétano acidental, grupo que, muitas vezes, abandona os reforços após a aposentadoria e se expõe a acidentes domésticos, quedas e ferimentos, situações comuns que podem levar à infecção. Outras populações de risco identificadas incluem trabalhadores rurais, homens adultos (que representam 85% dos casos de tétano acidental) e pessoas em regiões com menor acesso aos serviços de saúde.
Ações
Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Saúde vem intensificando estratégias como capacitações para profissionais da Atenção Primária, busca ativa de gestantes sem registro vacinal, ampliação do acesso às vacinas dT, dTpa e pentavalente, além do reforço de campanhas sazonais, especialmente durante a campanha de vacinação contra influenza, quando idosos são orientados a atualizar seus esquemas.
Durante o encontro, Greice Madeleine reforçou a responsabilidade compartilhada entre vigilância, assistência e imunização para evitar retrocessos. “O tétano é uma doença grave, letal e totalmente evitável com cuidados simples e vacinação. Manter a vigilância ativa e a cobertura vacinal elevada é fundamental para que o país não volte a conviver com casos que já deveriam estar no passado”, concluiu. No encerramento do webinário, ocorreu o lançamento do infográfico sobre o tétano neonatal e acidental, produzido em parceria entre a Coordenação-Geral de Incorporação Científica e Imunização e a Coordenação-Geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, ambas do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI). O material apresenta informações sobre sinais de alerta, situações de risco e medidas de prevenção contra o tétano.
O evento integra uma série de ações do Ministério da Saúde voltadas à atualização técnica e ao fortalecimento das equipes de saúde em todo o país, além de servir como instrumento de orientação à população sobre a importância da vacinação como medida essencial de prevenção. Assista ao webinário em: Desafios e Estratégias para Manutenção da Eliminação do Tétano Neonatal e Prevenção de Casos Acidentais. Assista o webinário em: Desafios e Estratégias para Manutenção da Eliminação do Neonatal e da Prevenção de Casos Acidentais. Saiba mais em: Saúde de A a Z – tétano neonatal e tétano acidental
João Moraes
Ministério da Saúde
Fonte: Ministério da Saúde
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