Nisia Trindade Lima recebe título de pesquisadora emerita da Fiocruz – ABC – Academia Brasileira de Ciências-radardasaude

Joabe Antonio de Oliveira

13/10/2025

No dia 29 de outubro, às 14h, será realizada na Fiocruz a solenidade de outorga do título de pesquisadora emérita para a Acadêmica Nisia Trindade Lima.

A acadêmica

Doutora em Sociologia (1997), mestre em Ciência Política (1989), pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj – atual Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj, 1980). Sua tese de doutorado Um Sertão Chamado Brasil conquistou o Prêmio de Melhor Tese de Doutorado em Sociologia no Iuperj e sua publicação encontra-se em 2ª edição.

Sua obra é referência na área de pensamento social brasileiro, história das ciências e saúde pública. Lecionou e orientou gerações de alunos em todos os níveis de formação, do ensino básico ao pós-doutorado, como docente na Uerj e na Fiocruz. É autora de dezenas de artigos, livros e capítulos com reflexões sobre os dilemas da sociedade nacional, sobretudo as cisões entre os Brasis urbano e rural, moderno e atrasado.

No campo das ciências sociais vem contribuindo através de diferentes iniciativas para o fortalecimento das ações de pesquisa e ensino. Uma de suas realizações foi a criação da Biblioteca Virtual do Pensamento Social (BVPS), em colaboração com a UFRJ e rede de instituições. Participa dos conselhos editoriais dos periódicos: Revista da Sociedade Brasileira de História da CiênciaHistória, Ciências, Saúde-Manguinhos; Caderno de História da Ciência-Instituto Butantan; Escritos da Fundação Casa de Rui Barbosa; Medical History;Lancet Covid-19 Commission.

A gestora

Foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz (1998-2005), unidade da Fiocruz voltada para pesquisa e memória em ciências sociais, história e saúde. Participou da elaboração do Museu da Vida, premiado museu de ciência da Fiocruz. Na Editora Fiocruz (2006-2011) atuou na implementação da Rede SciELO Livros. Foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (2011-2016), período em que coordenou as Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia na instituição e a implantação de políticas de acesso aberto, com o objetivo de tornar disponível toda a produção científica da instituição.

Liderou as ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia de covid-19 no Brasil. A instituição, dentre outras iniciativas, criou um novo Centro Hospitalar no campus de Manguinhos; coordenou no país o ensaio clínico Solidarity da Organização Mundial da Saúde (OMS); aumentou a capacidade nacional de produção de kits de diagnóstico e processamento de resultados de testagens; organizou ações emergenciais junto a populações vulneráveis; ofereceu cursos virtuais para profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), de manejo clínico e atenção hospitalar para pacientes de covid-19; lançou manual de biossegurança em escolas; e tornou-se laboratório de referência para a OMS em covid-19 nas Américas.

Criou o Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do novo coronavírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil. O Observatório Covid-19, por sua vez, está associado ao projeto de organização do Núcleo Interdisciplinar de Emergências em Saúde (NIES), que será um centro de estudos sociais da ciência e da saúde a ser instalado na Fiocruz mediante apoio do Wellcome Trust.

Como presidente da Fiocruz, Nisia Trindade Lima coordenou todo o acordo de encomenda tecnológica na articulação com o Ministério da Saúde do Brasil, a Universidade de Oxford, a farmacêutica AstraZeneca e as unidades de produção locais para a produção da vacina contra covid-19 no Brasil. Convidada pelo Instituto de Pesquisa em Saúde do Canadá (IRSC), copresidiu o Economic Recovery Steering Group, no âmbito da UN Research Roadmap for the Covid-19 Recovery.

Durante seu mandato como a primeira mulher a presidir a Fundação Oswaldo Cruz, Nísia expandiu o papel da instituição na comunidade global de saúde. Participou de programas e redes internacionais nas áreas de História da Ciência e História da Saúde. É membro da Zika Alliance Network (2018), um consórcio de pesquisa multinacional e multidisciplinar formado por 54 parceiros em todo o mundo. Foi membro do grupo de trabalho de Plano de Ação Global da Organização Mundial de Saúde, a OMS (2018), que tem como objetivo otimizar a pesquisa global para os sistemas de saúde dos países, e do grupo consultivo da OMS para a implementação da Agenda 2030 (2019). Foi membro do Comitê Diretor Internacional para supervisionar e facilitar a implementação da Cúpula de Nairóbi sobre a CIPD25 e assumiu a copresidência da Rede de Saúde para Todos da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (UNSDSN) em 2019.

A ministra do SUS

Em 2021 recebeu a Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em reconhecimento aos seus serviços. Deixou a presidência da Fiocruz em 2022 para assumir o Ministério da Saúde, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Atuou por dois anos, e seu legado foi a reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os principais marcos de sua gestão, Nísia destacou, em seu discurso de despedida do MS, a retomada da cobertura vacinal, que reverteu seis anos consecutivos de queda, e a oferta gratuita de 100% dos medicamentos do programa Farmácia Popular, que beneficiou mais de 24 milhões de brasileiros, o maior número da série histórica. Promoveu uma mobilização nacional contra a dengue que resultou em uma queda de mais de 60% no número de casos no início de 2025. O Brasil também se tornou o primeiro país do mundo a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde, garantindo a distribuição de 9,5 milhões de doses este ano.

A expansão da atenção primária, a principal porta de entrada do SUS, foi outro pilar de avanços na gestão. O programa Mais Médicos dobrou de tamanho, o SAMU está com frota renovada e 4.750 novas equipes de Saúde da Família foram habilitadas para reforçar o atendimento, inclusive em áreas ribeirinhas. Povos indígenas, as populações negra, quilombola e ribeirinha, grupos com demandas específicas, como mulheres e LGBTQIAP+, pessoas com deficiência, populações de periferias.

“O Ministério da Saúde estava desmontado e desacreditado, mas o piso da saúde foi restabelecido e houve aumento significativo dos recursos alocados”, defendeu a Acadêmica. Toda a atuação de Nísia Trindade Lima como gestora e intelectual está baseada na promoção do valor social da ciência no Brasil e na realização de ações que aproximem a ciência da sociedade.


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