O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Laboratório de Investigação Pulmonar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), deu início ao primeiro ensaio clínico brasileiro que avalia a eficácia das vesículas extracelulares no tratamento da síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Essas vesículas são estruturas microscópicas fundamentais para a comunicação entre células e podem representar um avanço significativo no combate a doenças pulmonares graves, uma das principais causas de internação em UTIs e de mortalidade por infecções respiratórias.
Segundo os pesquisadores, o estudo coloca o Brasil na vanguarda das terapias celulares de última geração, sendo pioneiro em uma abordagem capaz de revolucionar o tratamento de condições pulmonares severas, além de outras doenças inflamatórias e degenerativas.
“Estamos vivendo um momento histórico para a ciência brasileira, com o avanço de terapias biotecnológicas seguras e acessíveis, desenvolvidas com excelência dentro do país e com grande potencial para tratar inflamações pulmonares críticas”, afirma Bruno Solano, pesquisador do IDOR, médico e coordenador do projeto, em comunicado à imprensa.
A pesquisa irá analisar a eficácia do uso de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco mesenquimais no tratamento da SDRA. Essas vesículas transportam proteínas, lipídios e fragmentos de RNA — incluindo microRNAs, moléculas essenciais para a regulação genética, controle de inflamações e estímulo ao reparo dos tecidos.
Com base nesse conhecimento, cientistas brasileiros buscaram desenvolver uma alternativa segura, escalável e tecnologicamente avançada para transformar esses sinais naturais em medicamentos biológicos.
As vesículas empregadas no estudo são extraídas de células-tronco mesenquimais do cordão umbilical humano e cultivadas sob rigoroso controle no Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do IDOR, localizado no Hospital São Rafael, em Salvador (BA). O ensaio, de fase I/II, envolverá 15 pacientes diagnosticados com SDRA e internados em unidades de terapia intensiva.
A SDRA é uma condição pulmonar grave e potencialmente fatal, caracterizada por insuficiência respiratória decorrente de danos difusos nos alvéolos pulmonares, o que leva ao acúmulo de líquido nos pulmões. Suas causas mais comuns incluem sepse, pneumonia, Covid-19 grave ou traumas, exigindo tratamento intensivo em UTI, geralmente com suporte de ventilação mecânica.
O principal objetivo do estudo é avaliar a segurança, tolerabilidade e possíveis efeitos terapêuticos da infusão intravenosa das vesículas extracelulares. A expectativa é que, ao agir de forma sistêmica, essas estruturas auxiliem no controle da inflamação pulmonar, reduzam os danos aos tecidos e acelerem a recuperação dos pacientes.
Diferentemente das terapias com células-tronco, que utilizam células vivas, as terapias com vesículas extracelulares são acelulares, ou seja, “cell-free” — uma inovação importante na medicina regenerativa. Entre as principais vantagens estão a maior estabilidade e padronização do produto, permitindo produção mais controlada, menor variabilidade entre lotes e risco significativamente reduzido de rejeição imunológica.
Além disso, a estabilidade das vesículas facilita o armazenamento e transporte, favorecendo sua escalabilidade e aplicação em diferentes contextos clínicos.
O projeto foi idealizado como resposta emergencial à pandemia de Covid-19, mas segue altamente relevante, já que a SDRA pode ser desencadeada por diversas condições, como infecções graves e traumas. A pesquisa pode se tornar um recurso estratégico em futuras pandemias. A expectativa é que os resultados desta fase abram caminho para a ampliação do estudo, com inclusão de mais centros e pacientes na etapa III dos testes clínicos.
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