A pressão arterial na gravidez é um indicador da saúde geral da mulher, onde os valores normais da pressão sistólica e diastólica devem ser abaixo de 120 mmHg e 80 mmHg, respectivamente.
A pressão alta ou baixa na gravidez pode ocorrer devido a fatores como histórico anterior de pré-eclâmpsia, diabetes e obesidade, por exemplo. A alteração da pressão durante a gravidez também pode acontecer devido a mudanças naturais nesta fase, como aumento do fluxo sanguíneo durante o 1º e 2º trimestres e relaxamento dos vasos sanguíneos.
Assim, medir a pressão arterial durante as consultas de pré-natal, é importante para que as possíveis alterações sejam identificadas pelo obstetra. Se for necessário,o tratamento pode incluir o uso de remédios, repouso, dieta e prática de exercícios físicos.
Tabela de pressão arterial na gravidez
A tabela a seguir mostra os valores de referência de pressão arterial na gravidez, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia e o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas:
Pressão Arterial Diastólica (PAD) | Pressão Arterial Sistólica (PAS) | Classificação |
Menor que 85 mmHg | Menor que 130 mmHg | Normal |
Entre 85 e 89 mmHg | Entre 130 e 139 mmHg | Normal limítrofe |
Entre 90 e 99 mmHg | Entre 140 e 159 mmHg | Hipertensão leve (estágio 1) |
Entre 100 e 109 mmHg | Entre 160 e 179 mmHg | Hipertensão moderada (estágio 2) |
Maior ou igual a 110 mmHg | Maior ou igual a 180 mmHg | Hipertensão grave (estágio 3) |
Menor que 90 mmHg | Maior ou igual a 140 mmHg | Hipertensão sistólica isolada |
Existe também a pressão alta do avental branco, a pressão sistólica é maior ou igual 140 mmHg e/ou pressão diastólica maior ou igual 90 mmHg, quando medida no consultório, e pressão arterial menor que 135/85 mmHg quando medida com MAPA na vigília ou MRPA.
A grávida também pode apresentar a pressão alta mascarada, que é caracterizada por pressão sistólica menor que 140 mmHg e/ou pressão diastólica menor que 90 mmHg, quando medida no consultório, e pressão arterial maior que 135/85 mmHg quando medida com MAPA na vigília ou MRPA.
Pressão alta
A pressão alta na gravidez é caracterizada pelo aumento da pressão arterial que pode estar igual ou acima de 140/90 mmHg.
Essa medida deve ser feita após repouso e os valores devem ser confirmados em pelo menos 2 momentos diferentes, com um intervalo mínimo de 4 horas entre as medições.
A pressão alta na gravidez pode se manifestar em quatro tipos principais: hipertensão arterial crônica, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia.
Sintomas de pressão alta na gravidez
Os sintomas que costumam aparecer quando a pressão alta evolui para pré-eclâmpsia, são:
- Dor de cabeça constante;
- Visão embaçada ou sensação de ver pontos ou manchas;
- Dor na parte superior direita do abdômen;
- Inchaço repentino das mãos e rosto;
- Ganho de peso acima de 1 kg por semana.
É importante ressaltar que a pressão alta na gravidez nas fases iniciais nem sempre causa sintomas.
Por isso, muitas vezes, a mulher só descobre a pressão alta quando o profissional de saúde mede a pressão arterial durante o pré-natal.
Possíveis causas
A pressão alta na gravidez pode estar relacionada com diversos fatores, como idade materna acima de 35 anos, histórico anterior de pré-eclâmpsia, pressão arterial crônica, gestação múltipla, diabetes, doença renal e obesidade, por exemplo.
Outros fatores que também podem aumentar o risco são ganho de peso excessivo durante a gravidez e dislipidemia, por exemplo.
Pressão baixa
A pressão baixa na gravidez pode surgir no primeiro e segundo trimestres. Isso acontece porque os vasos sanguíneos se expandem e o coração precisa trabalhar mais para fornecer sangue adequadamente para o bebê em desenvolvimento.
Além disso, muitas alterações hormonais comuns nesta fase também afetam o sistema circulatório, diminuindo temporariamente a pressão arterial.
Sintomas de pressão baixa na gravidez
A pressão baixa na gravidez pode causar sintomas como sensação de cansaço, fadiga e, nos casos mais graves, sensação de desmaio.
Assim, na presença de sensação de desmaio ou se os sintomas surgirem com frequência, é importante consultar o obstetra.
Causas da pressão baixa
As possíveis causas da pressão baixa na gravidez são: aumento do fluxo sanguíneo durante o 1º e 2º trimestres da gestação; relaxamento dos vasos sanguíneos, devido às alterações hormonais comuns da gravidez; e pressão do útero sobre a aorta e a veia cava abdominal.
Além disso, a mulher também pode sofrer de hipotensão ortostática, onde ocorrem tonturas e vertigens ao levantar da posição sentada ou deitada, ou fazer qualquer movimento brusco.
Como tratar as alterações da pressão na gravidez
O tratamento para as alterações na pressão arterial na gravidez inclui:
- Medicamentos, como AAS, metildopa, nifedipina e amlodipina, para tratar a pressão alta na gravidez, conforme a orientação do médico médico;
- Prática de exercícios físicos, mantendo a frequência e a intensidade adequadas, conforme a indicação do médico;
- Dieta, priorizando o consumo de frutas, hortaliças, cereais integrais, oleaginosas e carnes magras;
- Diminuir a ingestão de sódio, colesterol e gordura saturada, no caso da pressão alta.
A pressão baixa geralmente não necessita de tratamento com remédios. Assim, algumas medidas que ajudam a aliviar essa condição incluem beber bastante água ao longo do dia, sentar, respirar fundo e inclinar o corpo para a frente, levando a cabeça em direção aos joelhos por alguns minutos.
Levantar lentamente da posição sentada ou deitada, também ajuda a aliviar a pressão baixa. Caso os sintomas de pressão baixa persistam por mais de 15 minutos ou sejam muito frequentes, é recomendado ir a um hospital ou entrar em contato com o obstetra.
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