Como parte do primeiro módulo do projeto Meninas Negras na Ciência, intitulado “Identidade e Cidadania”, 12 jovens participaram, na quinta-feira (11/12) de uma visita educativa ao Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana, na Região Portuária do Rio de Janeiro. A atividade integrou a proposta pedagógica do projeto, que busca oferecer instrumentos teóricos e práticos para que meninas negras reflitam sobre sua identidade, cidadania e papel social, compreendendo a ciência como aliada da saúde e dos direitos humanos.
Criado pelo Decreto Municipal nº 34.803/2011, o trajeto tem como objetivo preservar a memória afro-brasileira na região portuária do Rio de Janeiro, evidenciando a presença africana e seu legado na formação do país. A visita foi conduzida por um guia do Instituto Pretos Novos (IPN) e passou por pontos centrais da história da população negra na cidade, como o Cais do Valongo, a Pedra do Sal e o Jardim Suspenso do Valongo – territórios marcados pela chegada forçada de africanos escravizados e por séculos de resistência cultural.

Grupo em frente a estátua de Mercedes Batista, no Largo São Francisco da Prainha (Foto: Camila Borges)
Ao caminhar por esses espaços, as estudantes tiveram contato direto com narrativas que nem sempre estão presentes nos livros didáticos, mas que são centrais para entender a formação social, cultural e científica do país.
Para Maria Fernanda, de 16 anos, o circuito ampliou seu olhar sobre a história do Rio de Janeiro. “Achei o circuito legal e interessante. Descobri coisas que eu não sabia sobre a história da chegada das pessoas negras no Brasil e no Rio. Achei mais interessante também a parte sobre a Pedra do Sal, que eu não sabia que o nome era por causa que carregavam os alimentos”, relatou.
A estudante Dandara Vitória destacou o impacto emocional e representativo da experiência, especialmente ao conhecer com a história de Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. “O que mais me impactou foi a história de Mercedes Baptista. Ela me representou muito, porque às vezes a gente passa por dificuldades e tem muitos obstáculos na vida. A gente tem que entender que está tudo bem e se esforçar cada vez mais. Graças a Deus, os ancestrais tiveram força para vencer barreiras e preconceitos. Hoje, a gente tem o livre-arbítrio de poder ser quem a gente quer lutar”, comentou. Segundo ela, o circuito proporciona uma experiência diferente da leitura tradicional: “Você vê que realmente aconteceu e te dá um olhar com carinho e de sofrimento sobre a história”.

Circuito conectou memória, território e identidade (Foto: Camila Borges)
A atividade reforça um dos pilares do projeto Meninas Negras na Ciência: reconhecer o conhecimento ancestral como parte fundamental da construção científica e cidadã. A visita ao Circuito da Herança Africana não apenas resgata histórias silenciadas, mas também fortalece o pertencimento, a autoestima e o protagonismo das jovens, reafirmando que ciência, direitos humanos e identidade caminham juntos.
Neste ano, o projeto é coordenado pela Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), com a gestão cultural da Sociedade de Promoção Sociocultural da Fiocruz (SOCULTFio) e conta com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura do Rio, das empresas Ipiranga, ICONIC, ALLOS – o maior grupo de shoppings do país -, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei ISS.
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