Diretora do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Rosane Cuber foi eleita, nesta quarta-feira (29/10) para fazer parte da Rede de Fabricantes de Vacinas dos Países em Desenvolvimento (Developing Countries Vaccine Manufacturers Network – DCVMN, em inglês). A eleição ocorreu em Assembleia Geral durante a 26ª Reunião Geral Anual da DCVMN, realizada em Bali (Indonésia). Rosane foi consagrada com 21 votos, o segundo maior número entre os candidatos, tornando-a a primeira mulher latino-americana a integrar o conselho e também a primeira copresidente da América Latina.

A eleição ocorreu em Assembleia Geral durante a 26ª Reunião Geral Anual da DCVMN na Indonésia (foto: Divulgação)
A presença da Fiocruz no quadro reforça a importância da instituição no fortalecimento do sistema global de produção e acesso a vacinas, especialmente em países de baixa e média renda. A eleição também dá continuidade à representação da unidade da Fiocruz no colegiado, que até 2025 era com a participação do ex-diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma. “É uma honra dar continuidade à contribuição de Bio-Manguinhos nesse espaço tão relevante para o avanço da saúde global e da equidade no acesso a vacinas”, afirmou Rosane.
Com a eleição da diretora e a presença do Instituto Butantan, o Brasil se consolida como um dos principais representantes da América Latina no fórum que reúne mais de 40 fabricantes de vacinas de 15 países em desenvolvimento, responsáveis pelo fornecimento de imunizantes para 170 nações.
“A atuação conjunta das duas instituições públicas brasileiras evidencia uma estratégia nacional de fortalecimento da diplomacia científica e tecnológica na área de vacinas, com o objetivo de ampliar a autonomia regional e contribuir para o equilíbrio global na produção e acesso a imunobiológicos”, afirma o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
A DCVMN é uma aliança voluntária que trabalha para aumentar a produção de vacinas de alta qualidade em países em desenvolvimento, por meio da inovação, transferência de tecnologia, formação profissional e parcerias estratégicas. A Rede é composta por sete membros eleitos, que atuam de forma voluntária, oferecendo orientação e supervisão às atividades de secretariado, liderado pelo CEO Rajinder Kumar Suri.
Além da eleição, Rosane participou como painelista do CEO Forum, A Peep into the Future, realizado na tarde do dia 29, sob a moderação do CEO da Coalição para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi, na sigla em inglês), Richard Hatchett. O debate reuniu lideranças de grandes fabricantes mundiais, como Shadiq Akasya (PT Bio Farma, Indonésia), Mahima Datla (Biological E., Índia), Morena Makhoana (Biovac, África do Sul) e Abdul Muktadir (Incepta, Bangladesh).

A eleição de Rosane Cuber reforça o papel da Fiocruz como ator estratégico no campo das vacinas (foto: Divulgação)
Durante o painel, a diretora de Bio-Manguinhos/Fiocruz destacou o papel estratégico dos produtores públicos de vacinas e a importância de modelos sustentáveis de financiamento que conciliem missão social e viabilidade econômica. “Bio-Manguinhos é um dos maiores produtores públicos de vacinas na América Latina e forma parte de uma instituição governamental sem fins lucrativos, a Fiocruz. Nossa prioridade é atender as necessidades da população brasileira e as diretrizes da política de assistência farmacêutica do Ministério da Saúde. Mas também temos o compromisso de contribuir com a saúde global, oferecendo vacinas pré-qualificadas pela OMS e ampliando o acesso em outros países”, afirmou.
Rosane ressaltou ainda a necessidade de novos mecanismos de cooperação financeira e tecnológica entre governos, instituições multilaterais e a iniciativa privada. “Os orçamentos dos países de renda média e baixa vivem sob forte pressão. Precisamos pensar em modelos que vão além do investimento em infraestrutura, que também contemplem inovação, formação de pessoas e fortalecimento das capacidades locais. A colaboração entre governos, financiadores e fabricantes é essencial para enfrentar tanto as emergências pandêmicas quanto as doenças que ainda desafiam nossos sistemas de saúde”, concluiu.
Fiocruz como ator estratégico no campo de imunobiológicos
A eleição de Rosane Cuber reforça o papel da Fiocruz como ator estratégico no campo das vacinas, não apenas como produtor, mas como formulador de políticas e promotor de alianças internacionais. Bio-Manguinhos/Fiocruz tem uma trajetória consolidada na DCVMN, sendo reconhecida pela contribuição técnica e científica para o fortalecimento de fabricantes de países em desenvolvimento, uma pauta alinhada à missão institucional da Fiocruz de promover a saúde e o desenvolvimento social por meio da ciência e da inovação. A presença feminina e latino-americana no Board também representa um marco simbólico e inspirador para a rede.
“É uma conquista que reflete não apenas a trajetória de Bio-Manguinhos, mas o protagonismo crescente das mulheres em posições de liderança na ciência e na saúde pública”, destacou a Rosane.
Fundada em 2000, a DCVMN é uma organização sem fins lucrativos que busca ampliar o acesso equitativo a vacinas seguras, eficazes e acessíveis para todas as populações, especialmente em países em desenvolvimento. Por meio de treinamentos, advocacy e parcerias, a rede fortalece a capacidade produtiva e científica de seus membros, incentivando a inovação e a autonomia tecnológica.
A eleição de uma representante de Bio-Manguinhos para o quadro da DCVMN reafirma o compromisso da Fiocruz com a cooperação internacional em saúde, com foco na autossuficiência regional em vacinas e na construção de soluções sustentáveis para desafios sanitários globais. Em um momento de transformações geopolíticas e tecnológicas, a presença brasileira na governança da rede simboliza um passo importante rumo a uma atuação mais integrada e estratégica da América Latina no enfrentamento das desigualdades no campo da saúde.
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