Sesa participa de oficina sobre saúde da população negra-radardasaude

4 de setembro de 2025 – 16:36
#IntegraSUS #Planos Municipais de Saúde #saúde da população negra

Encontro promoveu discussões para fortalecer as ações de combate ao racismo no âmbito da saúde

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) participou, nesta quarta-feira (4), da Oficina Estadual de Apoio Estratégico em Saúde da População Negra, realizada pelo Ministério da Saúde (MS) e Fiocruz. O evento foi desenvolvido em parceria com a Célula de Atenção à Saúde das Comunidades Tradicionais e Populações Específicas (Cepop), da Sesa.

O encontro teve a presença da secretária executiva de Atenção Primária e de Políticas de Saúde da Sesa, Vaudelice Mota, além de representantes do MS, da Secretaria de Igualdade Racial (Seir), de Conselhos de Saúde, Conselho de Promoção da Igualdade Racial (Coepir) e movimento negro do estado

Durante a programação foi lançado o Painel de Saúde da População Negra do Ceará no IntegraSUS, ferramenta que permitirá extração de dados mais precisos para elaboração de políticas cada vez mais eficientes para os cidadãos, alcançando as necessidades específicas desse público.

“Hoje, você não precisa mais ir nos dados e fazer um extrato da população negra. Você já vai no painel do Ceará, que ele já traz esse dado com esse recorte, por meio do campo raça-cor. Isso já é uma orientação muito importante para os municípios. Eles podem consultar como está cada um deles, cada região”, explica Thaís Facó, coordenadora de Atenção Primária da Sesa.

Além do painel, a oficina também promoveu discussão sobre a importância da inclusão de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores (DOMI) de saúde da população negra na revisão dos Planos Municipais de Saúde para o quadriênio 2026/2029.

“Esse ano de 2025 é um ano em que os municípios estão elaborando o seu plano municipal de saúde. É o primeiro ano da gestão, então eles estão elaborando o plano municipal que vai valer por quatro anos. Então, é o momento estratégico de destacarmos a importância de, nos planos municipais, constarem ações voltadas à saúde da população negra. E é importante trabalhar a questão de combate ao racismo, tratativas sobre a abordagem dessas pessoas, e analisar, por exemplo, quais são os agravos que acometem mais a população negra”, detalha Thaís.

Segundo Jaqueline Oliveira, supervisora do Apoio Estratégico para a Implementação e Fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), projeto do Ministério da Saúde e Fiocruz, é necessário fortalecer as ações de combate ao racismo no âmbito da saúde, posto que uma parcela considerável da população no estado se considera negra.

“De acordo com o último censo de 2022, 71% da população se autodeclara negra no Ceará. Quando a gente olha para os planos com os compromissos dos gestores para a população cearense, a gente observa que a maioria das metas a diretrizes colocadas nesses planos municipais de saúde, quando aparecem, são ações muito tímidas para o enfrentamento do racismo”, pontua a supervisora.

Entre os indicadores de saúde que merecem atenção para criação de ações mais eficazes, Jaqueline destaca o índice de mortalidade materna. “Quando a gente recorta esse dado por raça-cor, as mulheres negras são duas vezes mais, morrem mais que as mulheres brancas. Isso não vem porque a maioria da população é negra”, enfatiza.