Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, publicado em setembro de 2025, revelou uma contaminação significativa por plásticos na Amazônia.
Publicado na revista AMBIO, o estudo analisou 52 pesquisas científicas que identificaram a presença de plásticos – macro, meso, micro e nanoplásticos – em fauna, flora, água e sedimentos da região. Essa poluição tem potencial de causar impacto grave na saúde das comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem diretamente desses recursos.
Os resíduos plásticos na Amazônia têm origens diversas, incluindo áreas urbanas e locais próximos, e são transportados por corpos d’água para diferentes partes da região. Comunidades locais, muitas vezes desprovidas de sistemas eficazes de gestão de resíduos, acabam contribuindo involuntariamente para essa contaminação.
Esses fatores são alarmantes especialmente para as populações que, além das vulnerabilidades socioeconômicas, enfrentam riscos ambientais diretos.
Dimensão Global e Local da Crise
A poluição plástica na Amazônia não é apenas uma questão local, mas parte de uma crise ambiental global que ainda é subestimada na região. A bacia hidrográfica amazônica, a maior do mundo, intensifica a gravidade do problema. Lá, boa parte dos materiais que chegam aos rios, antes majoritariamente orgânicos, agora incluem garrafas PET e outros resíduos plásticos descartáveis, produzindo um impacto ambiental contínuo.
O interior do Amazonas carece de infraestrutura para a coleta e reciclagem adequadas de plásticos. Como resultado, muitos rios estão sobrecarregados com plásticos não degradáveis que afetam seu ecossistema. Esse cenário evidencia a necessidade de políticas públicas urgentes para a gestão sustentável de resíduos na região, o que atualmente é inexistente em muitos municípios do Amazonas.
A Necessidade de Ação Urgente
Diante do avanço da poluição plástica, é crucial que políticas públicas sejam desenvolvidas para mitigar essa crise. A próxima COP30, que ocorrerá na Amazônia, será uma oportunidade para discutir e implementar soluções sustentáveis. O foco deve ser a educação e a gestão de resíduos. É vital que governos, pesquisadores e comunidades trabalhem juntos para proteger o ambiente e as populações afetadas.
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